Is Brazil expansive? Tips for travelers and digital nomads

O Brasil é um país caro? Dicas para viajantes e nómadas digitais

Sim, proporcionalmente aos salários locais, o Brasil é caro, seja na cidade grande ou no interior. A maioria dos brasileiros ganha entre US$ 2 e US$ 3 por hora – entre € 300 e € 400 por mês – enquanto as compras de supermercado custam cerca de 30% menos do que no Canadá ou EUA. Para os locais, a vida real é uma luta para pagar a comida e o aluguel. No supermercado, não se compra muita coisa a US$ 100,00 ou €100, acredite ou não.

Portanto, não espere preços semelhantes aos da Colômbia, Peru, Bolívia, México ou do Leste Europeu, e de forma alguma os preços dos destinos de mochileiros do Sudeste Asiático. Mesmo que você chegue com uma moeda forte e esteja acostumado com um alto custo de vida, muitas vezes se surpreenderá com a diferença entre o que paga e o que recebe. Claro que você encontrará serviços de alta qualidade, especialmente em áreas metropolitanas, mas a combinação geral de crime, dificuldades logísticas e as burocracias simplesmente não vale a pena.

Embora os valores do real brasileiro sejam inferiores aos euros e dólares americanos, é provável que seu custo de vida no Brasil seja maior do que em Portugal e na Espanha, por exemplo. Nas grandes cidades, o aluguel é caro, assim como muitas facilidades que em seu país podem ser baratas ou acessíveis. E para cada serviço público que não é prestado corretamente, é preciso contratar um serviço privado, como no caso de educação, ensino de idiomas, saúde, segurança privada, transporte, etc.

Comparado a outros países onde já estive, o custo de vida no Brasil é semelhante ao da Rússia e da Estônia. Claro, depende de como você vive e em quais áreas, pois morar numa área chique é tão caro quanto morar na Escandinávia ou na cidade de Nova York. De qualquer forma, a vida no Brasil é acessível para quem vem com uma moeda forte, mas não com o mesmo custo-benefício que se consegue em outros países da América Latina.

Como viajantes podem driblar os altos custos no Brasil?

Os preços nas grandes cidades e áreas turísticas são absurdamente caros, mas devemos lembrar que o Brasil não é só Rio de Janeiro e São Paulo. Saindo das regiões metropolitanas, você encontra opções de cidades médias e pequenas onde a vida é mais barata, segura e a infraestrutura é razoável.

Para nómadas digitais e viajantes que desejam ficar no Brasil por um tempo, a melhor opção é se instalar em cidades médias e outras capitais de estado ao invés de São Paulo e Rio de Janeiro. O interior dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul possuem cidades interessantes que desmistificam muitos estereótipos sobre o Brasil.

Enquanto o aluguel de um apartamento pequeno no Rio de Janeiro começa em torno de € 400/USD 500, você encontrará apartamentos decentes e opções de acomodação fora das áreas metropolitanas por esse preço. Existem cidades litorâneas muito melhores, mais seguras e mais baratas do que o Rio de Janeiro para se viver durante sua viagem ao Brasil. Florianópolis, Balneário Camboriú, Imbituba e Garopaba no estado de Santa Catarina são alguns dos lugares que recomendo procurar.

Um ponto importante a se ter em mente é que a alta temporada nas regiões litorâneas é durante o verão de dezembro ao carnaval (fevereiro ou março), atingindo os picos durante as férias de Natal e Ano Novo, quando as pousadas, hotéis e todas as opções de hospedagem são vendidos antecipadamente.

Para as refeições, a opção mais econômica é evitar supermercados e lojas das áreas chiques, onde os preços são mais altos. Para comer fora, a opção mais barata é procurar restaurantes que sirvam “prato feito”, PF como também se diz no Brazil – é como a diária de Portugal, porém, sem bebida, sobremesa e café. Um prato feito costuma custar cerca de USD 5 ou USD 6 – entre €3 e €6.

Se você planeja viajar para várias regiões do Brasil, prepare-se para passagens aéreas caras. Você não encontrará vôos por € 50 ou USD 50, mesmo para uma distância de 1 hora, a menos que compre com antecedência. Quanto mais perto da partida do voo, o céu é o limite. Na pior das hipóteses, a opção é viajar de ônibus, mesmo que demore mais de um dia de viagem, como muitos brasileiros acabam fazendo.

Outra recomendação é usar um cartão SIM global, se possível, ou aproveitar a oferta oferecida pela sua empresa de telecomunicações. Os serviços telemóveis e de telecomunicações no Brasil se comparam atrasados em relação aos padrões da Europa Ocidental e são caros para a qualidade de seus serviços.

Por que o Brasil é caro?

Essa é uma pergunta que sempre ouço de viajantes e de qualquer estrangeiro que já morou no país, embora os custos no Uruguai e no Chile também sejam altos quando comparados a outros países da América do Sul. Mesmo os estrangeiros que chegam com moedas fortes como o dólar americano, a libra esterlina, o euro e o dólar australiano não conseguem escapar do “custo Brasil”, apesar de seu valor ser superior ao real.

O índice Big Mac não é um indicador preciso do custo de vida no Brasil, já que o McDonald’s tem como alvo consumidores de classe média e média alta em áreas urbanas. O custo do Brasil é resultado de impostos excessivos, protecionismo, altas taxas de importação, leis trabalhistas ultrapassadas e burocracias sem sentido, combinados com monopólios e oligopólios que cobram altas margens de lucro inaceitáveis ​​em qualquer mercado competitivo.

Adicione uma série de enormes departamentos governamentais que empregam milhões de burocratas nos níveis federal, estadual e municipal que recebem salários mais altos do que os pagos no setor privado, incluindo empregos inúteis que apenas obedecem a regras governamentais que interferem em todos os aspectos da vida empresarial e social. . Após 30 anos (para as mulheres) e 35 anos (para os homens) de trabalho, eles se aposentam recebendo cheques de pensão mais altos. Quem paga seus salários, pensões e benefícios? Os contribuintes, portanto, todos os níveis de governo se colocam na obrigação de arrecadar o máximo possível da classe média local sufocada por cada despesa do governo. No final, pelo menos 50% dos orçamentos do governo estão comprometidos com o pagamento de salários e pensões.

O resultado é uma economia isolada onde os preços são mais altos do que os da maioria dos países desenvolvidos, os padrões de qualidade são mais baixos, os salários são mais baixos e os consumidores têm menos opções de compra, pois os participantes do mercado local em cada setor são adquiridos por um grande vencedor que o assume. tudo ou quebra. O brasileiro ganha menos que o americano, o britânico, o australiano, o neozelandês e o canadense, mas acaba pagando mais caro por quase tudo, principalmente importados e produtos comercializados a preços internacionais, inclusive matérias-primas. Não é à toa que o brasileiro gasta muito quando viaja para o exterior pela possibilidade de comprar eletrônicos, roupas, bebidas e muitos outros itens a preços mais baratos. Muitas vezes, os eletrônicos no Brasil custam duas a três vezes mais do que nos Estados Unidos, mesmo comparando os preços em dólares americanos.

Para dar uma visão geral do que está por trás da custo Brasil e da instabilidade que o país enfrentou ao longo do século XX, devemos observar os seguintes fatores que resumem a vida política, econômica e social brasileira.

Estrutura Oligárquica

Desde o século XIX, a economia brasileira é controlada por oligarquias que dirigem a meia dúzia de empresas que monopolizam cada um dos setores econômicos importantes, além de estatais e bancos por trás de quase tudo o que é produzido no país, de cervejas a carnes e café . O resultado é menos participantes no mercado, menos concorrência e preços mais altos associados a lobbies políticos que criam barreiras de mercado para novos participantes. Nenhum governo no Brasil manteve um mínimo de estabilidade política sem um relacionamento próximo com as principais oligarquias.

Leis trabalhistas obsoletas

As atuais leis trabalhistas brasileiras datam da década de 1930, quando o país era governado por Getúlio Vargas sob a inspiração do regime nazi-fascista. Fortemente pró-empregado, essas leis tornam a contratação e demissão caras para as empresas e impõem muitos regulamentos que impossibilitam a negociação flexível entre empregadores e funcionários. Por um único detalhe burocrático, os funcionários podem processar empresas, cuja situação financeira é facilmente ameaçada por qualquer problema jurídico.

Depois que um chefe é processado, ele nunca mais confia nos funcionários. Portanto, os empregadores impõem altas expectativas quanto aos resultados em relação aos custos salariais e previdenciários, e não oferecem espaço para que trabalhadores inexperientes aprendam novas habilidades. Menos empregos são criados e o trabalhador encontra um número limitado de oportunidades, num círculo vicioso em que não consegue um emprego melhor porque não tem experiência, e não consegue experiência porque tem poucas oportunidades. Trabalhar informalmente acaba sendo a alternativa para muitos pequenos negócios sobreviverem.

Corrupção e desconfiança

Se você vive em uma sociedade com altos níveis de corrupção, não se pode confiar em pessoas fora de seus círculos íntimos e instituições. Isso é o que você percebe no dia a dia dos brasileiros que se deparam com inúmeras burocracias e regulamentações, a menos que você seja apenas um turista. Mas se você morar no Brasil, mesmo que por pouco tempo, enfrentará muitas regulamentações que exigirão que você prove que é um cidadão honesto, o que lhe custará quantias significativas de dinheiro e perderá tempo na fila, em órgãos governamentais e em cartórios. , onde você pagará por carimbos e certificados válidos por um período limitado, então terá que pagar novamente quando eles expirarem. Dependendo de onde você mora, você pode até ter que pagar “taxas de segurança” para criminosos e milícias paramilitares como é o caso em muitas áreas do Rio de Janeiro. Grandes empresas e investidores costumam pagar subornos durante todo o longo processo burocrático, o que acaba resultando em preços mais altos para os clientes.

Baixa qualidade dos serviços públicos

Junto com a corrupção que drena recursos públicos, para cada serviço público mal prestado, ou não prestado literalmente, você deve contratar um serviço privado depois de gastar o mesmo percentual de sua renda pagando impostos como na Europa Ocidental. Você tem que pagar pelos serviços de alarme e segurança de sua casa, seguro de carro, seguro de saúde, escola e cursos de idiomas para seus filhos, etc. Ter uma família em uma cidade grande provavelmente custa o mesmo que morar em qualquer cidade cara do mundo.

Altas tarifas de importação

A economia do Brasil é baseada no agronegócio, basicamente, na exportação de commodities. Como o país não produz tecnologia, muitos produtos precisam ser importados, incluindo máquinas, ferramentas e eletrônicos. Além das altas tarifas de importação, cada produto no Brasil é taxado em todos os ciclos desde a fabricação (ou importação) passando por todas as fases de comercialização até o cliente final. Nem pergunte como são calculadas as tarifas de importação e quais são os critérios…

Custos de logística

Apesar de suas dimensões continentais, a logística no Brasil concentra-se no transporte rodoviário. Os grãos produzidos no Centro-Oeste, as mercadorias importadas que chegam a São Paulo e ao Rio de Janeiro, tudo circula pelo país em caminhões que percorrem todos os tipos de estradas, das medíocres às terríveis estradas lamacentas das regiões mais remotas, embora melhoradas nos últimos anos. Devido aos monopólios e regulamentações rígidas, os transportes aéreo, ferroviário, fluvial e marítimo ainda não foram explorados, além de todos os desafios a serem enfrentados em termos de infraestrutura e todos os custos para operar no Brasil.

Crédito e pagamentos parcelados

Depois de décadas de inflação (ultrapassada em 1994), os brasileiros se acostumaram a viver endividados e negociar crédito apesar dos juros absurdos, também devido aos monopólios. Ao passar por qualquer ponto comercial do Brasil, você vê os preços dos produtos expostos que são promovidos, incluindo o preço à vista e parcelado em 5 vezes, 10 vezes ou 12 vezes. No caso de itens de alto valor, as parcelas vão até 4 anos para carros ou até 20 anos para casas. Parcelar é uma regra sagrada para os lojistas que atuam no Brasil, caso contrário não se vende nada, de roupas a celulares. Como um trabalhador brasileiro que ganha entre US$ 300,00 e US$ 600,00 compraria um celular de US$ 1.000, por exemplo? Varejistas no Brasil desenvolveram processos sofisticados para facilidades de crédito e pagamento, assim como detectar fraudes, dependendo da pontuação de crédito do comprador, situação econômica e status do trabalho.

Pagamentos parcelados são comuns no Brasil tanto nos supermercados quanto em lojas de luxo. Foto: Willian Leite/PMI, Wikimedia Commons
Pagamentos parcelados são comuns no Brasil tanto nos supermercados quanto em lojas de luxo. Foto: Willian Leite/PMI, Wikimedia Commons

Quão surpreso você está agora? Sobreviver no Brasil é uma arte e o alto custo de vida costuma ser a principal reclamação que ouço dos estrangeiros que visitam o país.

Originally posted 2023-01-15 23:21:36.

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Eu sou André, natural de Tubarão, SC. Viajante, explorador, aventureiro, blogueiro, mãos na massa, impaciente, cosmopolita. Meu propósito é ajudar outras pessoas a descobrirem diferentes culturas, lugares e perspectivas.