Os Bálcãs, cujo nome se refere à Montanha dos Bálcãs na Bulgária, compreendem os países localizados na península do sudeste da Europa: a própria Bulgária, a Sérvia, a Croácia, a Bósnia, Montenegro, Albânia, Macedônia do Norte, Eslovênia, Romênia; além de partes de Turquia e da Itália. Popularmente, o termo Bálcãs costuma ser usado para se referir aos países entre essa montanha, o Mar Adriático, o Mar Egeu e o Mar Negro.
Neste artigo, vou listar apenas curiosidades dos países que visitei na região – Sérvia, Bósnia, Bulgária e Romênia. Caso esteja interessado em dicas, memes, piadas e anedotas sobre os Bálcãs, indico seguir o trabalho feito pelo pessoal do Slavorum, em língua inglesa, nas mídias sociais.
O alfabeto cirílico vem da Bulgária
O alfabeto cirílico, conhecido como alfabeto russo, foi inventado de fato onde hoje se encontram o território da Bulgária e da Macedônia do Norte. Esse alfabeto foi desenvolvido pelos missionários da Igreja Ortodoxa St. Cyril (ou Constantino) e St. Methodius, conhecidos como os “Apóstolos dos Eslavos”. Enquanto que nos países da antiga Iugoslávia (Sérvia, Croácia, Bósnia, Montenegro, Macedônia do Norte, Albânia), são usados simultaneamente os alfabetos cirílico e latino; na Bulgária (e também na maioria das ex-repúblicas soviéticas vizinhas aos Bálcãs), usa-se apenas o alfabeto cirílico.
O pessoal dos Bálcãs é bom em aprender idiomas
O pessoal dos Bálcãs é realmente muito bom em aprender línguas. Em Belgrado, em Bucareste, em Novi Sad, Sarajevo, Skopje, Sofia, Veliko Tarnovo ou em Ljubljana, você não vai ter dificuldades de encontrar pessoas falando pelo menos uma ou duas línguas estrangeiras, em todas as classes sociais. Muitos jovens da região acabam emigrando em busca de trabalho e melhores salários, além da abertura ao contato com diferentes culturas, o que os estimula a aprender os idiomas pensando numa futura vida no estrangeiro. Em nenhuma outra parte do mundo vi tanta gente falando português como língua estrangeira, não raras vezes começando através da capoeira, do forró e no assistir a novelas brasileiras. É normal ver pessoas se reunindo em grupos para praticar idiomas, assim como se inserir neles através de música, dança, filmes, séries, leitura e outras atividades culturais.
Notas de falecimentos nos murais
Uma curiosidade que me chamou a atenção enquanto mochilava pelos Bálcãs foi ver notas de falecimento quando andava pelas ruas nas áreas residenciais e no entorno do comércio local, nas portas das casas, dos prédios e nos muros. As notas incluem uma foto com nome e comunicado do falecimento de algum morador da área.
Recusar bebida é ofensa
Uma vez nos Bálcãs, oferecer uma dose de rakija ou de outra bebida é uma honra, mas recusar é uma ofensa. Então, vá preparado para aguentar um xote atrás do outro, ou invente uma boa desculpa que está tomando remédio. Mulheres têm a vantagem de dizer que estão grávidas. Pelo menos a rakija você deve provar e também as cervejas locais, que em nada deixam a desejar em qualidade. Na Romênia, recomendo provar a palinka.
Eles são festeiros
O pessoal dos Bálcãs pode, à primeira vista, parecer frio e reservado até se abrir o suficiente. Aí, você verá que eles são festeiros com direito a música, cantar alto, subir na mesa e tomando todas. Nem se fala se você for a bares, baladas e a uma kafana, que é uma espécie de taverna e bar onde o pessoal vai para curtir a noite.
Fetiche por carros alemães
Nos tempos do comunismo, os carros alemães eram exclusivos aos altos oficiais do partido comunista e dos serviços secretos, ou dos mafiosos. Marcas como Mercedes, BMW e Audi são símbolos de status e poder nos Bálcãs. Até nos guetos da Europa Ocidental, quando você vê um carro desses, é de algum imigrante dos Bálcãs. Pode faltar comida em casa, mas na garagem tem carro alemão. Ou como diz um ditado: “a mulher tem que ser do vilarejo, mas o carro tem que ser alemão”.
Tiros nas cerimônias de casamento
É um costume nos Bálcãs dar tiros para o alto, até onde eu saiba, durante cerimônias de casamento. Não fique assustado caso veja em algum classificado de jornal local, ou página de compra e vendas, alguém anunciando uma kalashnikov que “foi usada apenas num casamento”. Se você é desarmamentista, você vai abrir a mente assim que ficar fascinado com as lindas mulheres que verá nos Bálcãs. Os países da região possuem as maiores quantidades de armas per capita que o resto da Europa, mas é bom lembrar que a maioria das armas não são oficialmente registradas.
Isso foi somente uma amostra. Nos conteúdos da Slavorum, por exemplo, você pode ver inúmeras zoeiras com as particularidades dos Bálcãs, incluindo armas, bebidas, carnes e babushka.
Originally posted 2021-05-02 02:02:41.